Curiosidades e fotos sobre a Família Ritzmann

(ascendentes maternos de minha mãe Erica):

Quem fez a pesquisa:
Donaldo Ritzmann, primo irmão de minha mãe, gostava de saber e de contar histórias da família, o que o levou até a viajar para a Suiça em busca de informações sobre as origens da família Ritzmann.  Chegando a Osterfingen , descobriu muitas coisas interessantes, que descreveu em forma de circular. Uma cópia deste texto enviado aos parentes mais próximos acabou em minhas mãos, através da prima de minha mãe, Cacilda Madeira Neves.

 

Resumo das Informações que ele obteve sobre Osterfingem , a aldeia de onde vieram nossos antepassados suiços:
A aldeia foi fundada pelos “alemanes” entre os anos de 1200 a 1300. Mais tarde, este lugar pertenceu ao Castelo Reineu sobre o Reno, distante vinte quilômetros  de Schaffhausen.
Posteriormente, parte desta região passou a pertencer a uma família nobre de nome “Von Fulach Imturn” Von Mandach.
Nos morros desta aldeia ainda existem grutas escavadas pelos Romanos, dois mil anos antes de Cristo.

Veja aqui cópia do texto do documento antigo que autorizava a exploração do minério  de ferro nesta região em 21.10.1678. É bem interessante.

Por volta de 1850 esgotou-se o ferro desta mina, o que ocasionou a demissão de cerca de 900 administradores e operários.
Solução desesperadora encontrada pela população para esta trágica crise econômica : encontravam-se após as missas de domingo fazendo sorteios para determinar quais famílias deveriam emigrar para outras regiões. Assim, os que ficassem poderiam ali sobreviver.
Logo  chegou a vez  de nosso antepassado Hans Jacob Ritzmann , que era tecelão ,e sua família de nove pessoas serem sorteados para emigrar, seguindo então para o Brasil.

 


Segundo a ”Crônica da Colônia Dona Francisca” (Ficker, Carlos) eles embarcaram no porto de Hamburgo, na Alemanha,  no navio “Emma e Louise” em 5 de maio de 1851, na companhia de mais cento e sete passageiros.

Após sessenta e nove dias chegaram à Colônia  Dona Francisca (Joinville). Infelizmente, dois dos 116 passageiros faleceram  nesta viagem.
Durante os primeiros meses, os colonos recebiam uma ajuda de custo destinada à alimentação.  O trabalho na abertura de picadas para construir caminhos também ajudava na manutenção dessas pessoas.
Logo surgiram problemas relacionados à dificuldade linguística dos colonos, que pertenciam a nacionalidades diferentes, fazendo com que se separassem em três grupos que iniciaram a derrubada de árvores e a abertura de picadas em três direções diferentes.
  • Os suiços seguiram na direção oeste, aonde hoje existe a Rua XV de Novembro, a partir da atual Rua  Dr João Colin.
  • Os noruegueses, na direção norte, hoje Rua Dr João Colin.
  • Os alemães na direção sul-oeste, acompanhando no início o percurso do Ribeirão Mathias, hoje Rua Visconde de Taunay.

Trabalhavam a terra que ainda não era sua, de forma coletivista. Após, demarcaram-se 27 lotes coloniais, e outros 25 lotes até o final do primeiro ano.

Nosso antepassado suíço Hans Jacob Ritzmann recebeu um dos primeiros  lotes, conforme escritura nº 3 (Museu Nacional de Imigração de Joinville).

 

Após sete anos no Brasil, Hans Jacob e Anna Maria tiveram mais um filho, chamado Frederico.

Conforme mostrado anteriormente na árvore genealógica, o filho mais velho de Hans Jacob, que também recebeu o nome de Jacob,  tinha a idade de 14 anos quando emigrou para o Brasil. Ele é o meu segundo ascendente direto nesta linha do tempo marcada em verde, vindo a ser o meu bisavô, pelo lado de minha mãe Erica.

Jacob Ritzmann , ao crescer. tornou-se carpinteiro e se encarregava do madeiramento na construção das casas. Teria ele sido um dos construtores das casas de enxaimel de Joinville ? Casou-se com Maria Magdalena Kaufmann, nascida em Strassburgo,  França. Lembro de minha mãe Erica contar que sua avó  tinha nascido em uma região que tinha sido muito disputada através da História, pela França e Alemanha. É a região da Alsácia que fica no limite destes dois países.  Veio para o Brasil com 16 anos.  Seus pais foram Jean Baptist Kaufmann e Maria Klein.

Eles tiveram onze filhos, dos quais a segunda foi Magdalena,  minha avó materna.

HISTORINHA  ROMÂNTICA:
Quando meu avô Adolfo Olsen conheceu minha avó Magdalena,  em Santos ,SP, onde tinha ido trabalhar, ela estava viúva, e já tinha dois filhos. Ele apaixonou-se  imediatamente, e resolveu  que iria conquistá-la. Nesta época ela possuía um Café, com o qual sustentava sua família e  tinha resolvido nunca mais casar-se.

O plano dele deu um trabalhão, mas surtiu efeito… Todos os dias ele se levantava bem cedo e colocava uma linda cesta cheia de flores e frutas pendurada numa árvore que ficava bem em frente à porta que ela abria cedo, após acordar. Esta estratégia, mais seu charme e sua bela figura masculina fizeram com que ela repensasse  sua decisão…

E então seu caráter, personalidade e persistência conseguiram despertar nela um grande amor que durou toda a sua longa vida. Ele era dois meses mais moço que ela, e isso sempre foi motivo para que brincasse dizendo que estava  jogando corrida para alcança-la…Quando chegava setembro, estavam com a mesma idade…mas em julho do outro ano ela o ultrapassava de novo…E davam risada com esta ingênua brincadeira…

Resolvendo casar se com ele, vendeu seu Café em Santos, e com parte deste dinheiro comprou uma bela propriedade comercial, para seus pais morarem  e trabalharem, e assim eles pudessem ter uma vida mais folgada. Chamava-se “Armazem Hamburgo” e ficava nas encostas da Serra do Mar, na Estrada  Dona Francisca, Km 21.(hoje Km 19)

A descrição desta propriedade é feita de modo saudosista pelo primo Donaldo, pois seu pai Ernesto , irmão de Magdalena, mais tarde (1907,após a morte de seu pai Jacob) comprou e explorou comercialmente a mesma  , por muitos anos( Ver aqui este minucioso texto)

ACONTECIMENTO ASSUSTADOR NO KM 21
Donaldo  Ritzmann  descreve também a engraçada história que se segue:

A tecnologia começava a avançar de uma maneira cada vez mais rápida. Novas invenções que maravilhavam a humanidade, mas estavam ainda longe daqueles lugares, um dia tinham que chegar também ali ! E foi o que aconteceu com uma delas, apavorando os dois rebentos de D. Targina e do Sr Ernesto Ritzmann (primos de minha mãe) :

Herbert(*16.01.1912) e Bubi  ( Ehrenfried Luiz Ritzmann *6.12.1910) estavam brincando sossegadamente em frente à casa , quando um monstro preto, com dois enormes olhos, a soltar fumaça pelo nariz e pela traseira, saltando pelos buracos da estrada a uma velocidade nunca vista naquele lugar, aproximava-se roncando assustadoramente da casa comercial…

Os dois ficaram paralisados de susto, a olhar aquele animal apavorante ! Mas logo em seguida a adrenalina funcionou e os dois entraram correndo pela porta do negócio, pularam ,nem sabem como, por cima do balcão e saíram pela porta dos fundos, atravessando  o pátio, estrebarias, galinheiro, deixando tudo aberto e os animais esbaforidos. Os dois se embrenharam pelo bananal  adentro, no mais fundo da propriedade.

Anoiteceu e nada dos dois voltarem. Não adiantou os pais chamarem, a todo fôlego. Os dois estavam desaparecidos. A procura com a ajuda dos vizinhos e empregados foi noite adentro, até que foram achados agachados, olhos  esbugalhados, pálidos e tremendo como varas verdes !

E o que ocasionou toda esta confusão  ? Foi o primeiro automóvel que apareceu no Km 21, o “monstro”  de propriedade de um amigo, o Sr Trinks, que assustou tanto os dois !

 

UM CASAMENTO TEVE QUE SER ADIADO
Donaldo Ritzmann também conta o que aconteceu no casamento de seus pais, e prova, apresentando xerox do convite. Clique no nome dos noivos para ver.

Como pode ser observado, a data de casamento destes tios de minha mãe, Ernesto Ritzmann e Targina Ballmann teve que ser adiada de 24 para 31 de março pelo seguinte motivo: a noiva ficou com “sarrampo””…